Como calcular o seguro-desemprego? Entenda as faixas, valores e regras atualizadas

O seguro-desemprego é um dos principais direitos trabalhistas garantidos ao trabalhador formal demitido sem justa causa no Brasil. Mas, apesar de ser amplamente conhecido, ainda existem dúvidas comuns sobre como funciona o cálculo do benefício. Afinal, como calcular o seguro-desemprego de forma correta?

Neste guia completo, você vai entender como o valor do seguro-desemprego é calculado, quais são as faixas salariais aplicadas, quantas parcelas são pagas, quais são os critérios exigidos para ter acesso ao benefício e como fazer a simulação passo a passo.

O que é o seguro-desemprego?

O seguro-desemprego é um benefício temporário pago pelo Governo Federal ao trabalhador dispensado involuntariamente do emprego formal. A intenção é garantir uma fonte de renda mínima até que a pessoa consiga recolocação no mercado de trabalho.

A administração e o pagamento são feitos pela Caixa Econômica Federal, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O valor e a quantidade de parcelas variam conforme o salário médio recebido e o tempo de trabalho formal antes da demissão.

Quem tem direito ao seguro-desemprego?

Têm direito ao seguro-desemprego os trabalhadores com carteira assinada que:

  • Foram demitidos sem justa causa;
  • Não possuem renda própria suficiente para sustento da família;
  • Não estão recebendo benefício previdenciário de prestação continuada (exceto auxílio-acidente ou pensão por morte);
  • Cumpriram o tempo mínimo de trabalho formal exigido para o recebimento.

É necessário também que o trabalhador não tenha empresa em seu nome ativa no momento da solicitação. A existência de CNPJ como sócio ou titular pode bloquear o pagamento.

Quantas parcelas o trabalhador pode receber?

A quantidade de parcelas varia de acordo com a quantidade de meses trabalhados nos últimos anos. As regras são:

  • 3 parcelas: para quem trabalhou entre 6 e 11 meses nos últimos 36 meses;
  • 4 parcelas: para quem trabalhou entre 12 e 23 meses;
  • 5 parcelas: para quem trabalhou 24 meses ou mais.

Essas regras são aplicadas especialmente a partir do segundo pedido. No primeiro pedido, os critérios são um pouco mais flexíveis, exigindo menos tempo de trabalho formal.

Como calcular o valor do seguro-desemprego em 2025?

O cálculo do seguro-desemprego em 2025 é feito com base na média dos três últimos salários recebidos antes da demissão. Essa média salarial é utilizada para enquadrar o trabalhador em uma das três faixas salariais definidas pelo Ministério do Trabalho.

A seguir, veja o passo a passo de como calcular o seguro-desemprego com base nas faixas atualizadas:

1. Calcule a média dos 3 últimos salários

Soma dos salários dos últimos três meses antes da demissão, dividida por três.

Exemplo:

  • Março: R$ 2.000
  • Abril: R$ 2.200
  • Maio: R$ 2.400

Média salarial = (2000 + 2200 + 2400) / 3 = R$ 2.200

2. Verifique a faixa salarial aplicável

As faixas para cálculo são atualizadas anualmente com base no salário mínimo e outros indicadores econômicos. Para 2025, as estimativas seguem parâmetros similares aos de 2024 (valores ilustrativos — sempre consulte a tabela oficial):

  • Até R$ 2.041,39: multiplica-se a média salarial por 0,8 (80%);
  • De R$ 2.041,40 até R$ 3.402,65: o que exceder R$ 2.041,39 multiplica-se por 0,5 (50%) e soma-se a R$ 1.633,11;
  • Acima de R$ 3.402,65: o valor fixo da parcela é de R$ 2.313,74 (teto do benefício).

Aplicando o exemplo:

  • Média: R$ 2.200
  • Diferença: R$ 2.200 – R$ 2.041,39 = R$ 158,61
  • Parcela: R$ 1.633,11 + (R$ 158,61 x 0,5) = R$ 1.633,11 + R$ 79,31 = R$ 1.712,42

Esse será o valor da parcela mensal do seguro-desemprego para o trabalhador com média salarial de R$ 2.200.

Qual é o valor mínimo e máximo do seguro-desemprego?

  • Valor mínimo: equivalente ao salário mínimo nacional vigente. Para 2025, o salário mínimo estimado é de R$ 1.502,00, mas o valor exato é definido no início do ano.
  • Valor máximo: teto estabelecido pelo governo. Em 2024, o teto era R$ 2.313,74. Para 2025, esse valor deve ser atualizado conforme a inflação e o reajuste do mínimo.

Existe simulador de seguro-desemprego?

Sim. A Caixa Econômica Federal e o Portal Gov.br disponibilizam simuladores de seguro-desemprego, onde é possível inserir os salários dos últimos três meses e obter a média e o valor estimado das parcelas.

O simulador é uma ferramenta útil para ter uma previsão antes mesmo de dar entrada no benefício, mas vale lembrar que o valor oficial é confirmado apenas após o processamento do pedido pelo sistema do Ministério do Trabalho.

Como solicitar o seguro-desemprego?

A solicitação pode ser feita de forma 100% digital pelo aplicativo Carteira de Trabalho Digital, pelo site gov.br ou presencialmente nas unidades do SINE (Sistema Nacional de Emprego).

É necessário apresentar:

  • Documento de identificação com foto;
  • CPF;
  • Requerimento do seguro-desemprego (fornecido pelo empregador no momento da demissão);
  • Termo de rescisão do contrato de trabalho.

Qual o prazo para solicitar o benefício?

O prazo varia de acordo com a categoria do trabalhador. Para empregados formais, o prazo é de 7 a 120 dias corridos após a data da demissão. Solicitações feitas fora do prazo são indeferidas.

Por que é importante entender o cálculo?

Compreender como calcular o seguro-desemprego ajuda o trabalhador a ter mais controle sobre suas finanças durante o período de transição. Saber o valor estimado das parcelas e a quantidade de meses em que receberá o benefício permite um melhor planejamento financeiro, evitando endividamento e descontrole no orçamento familiar.

Além disso, conhecer as regras evita erros no momento da solicitação e possibilita uma comparação entre o que foi recebido e o que seria devido conforme a legislação.

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